Jovem foge para casa de vizinha nos EUA e relata ter vivido 7 anos em jaula de cachorro; mãe e padrasto são presos

A mãe e o padrasto alegaram que a adolescente era mantida isolada devido ao ensino domiciliar

Uma adolescente de 18 anos revelou ter sido mantida em cativeiro durante sete anos em uma jaula de cachorro que ficava na casa dos seus pais. O caso aconteceu na cidade de Blackwood, em Nova Jersey, nos Estados Unidos. De acordo com a reportagem do The New York Times, ela fugiu para a casa da vizinha, Susan Lacey, com marcas de abusos físicos e desnutrida.

A jovem não teve a identidade revelada. Ela contou que desde os 11 anos era algemada a um banheiro, sem poder comer e ir à escola. No entanto, ela podia levar os cães para passear. Além disso, a suposta vítima ainda alegou que o seu padrasto “às vezes a tocava”. A vizinha, Susan Lacey, relatou que encontrou a adolescente com o cabelo raspado rente e irregular. Ela ainda estava com um “cheiro ruim”.

Segundo Susan, a garota tinha cicatrizes nos pulsos. Ao ser questionada, a jovem disse que as marcas foram causadas pelas algemas. As autoridades locais informaram que a suposta vítima tinha 60 libras – aproximadamente 27 quilos – quando foi resgatada. Os pais alegaram que praticavam o ensino domiciliar enquanto mantinham a jovem totalmente isolada.

A mãe da menina, Brenda Spencer, de 38 anos, e o padrasto, Branndon Mosley, de 41 anos, foram presos. Os promotores do Condado de Camden apresentaram mais de 30 acusações criminais contra eles, incluindo agressão agravada, contenção criminal, sequestro e porte ilegal de armas.

Branndon Mosley e Brenda Spencer foram presos. (Foto: Camden County Office)

A promotoria declarou que vizinhos e parentes já haviam expressado preocupações antes do resgate. Apesar disso, as autoridades não haviam tomado providências. A investigação só começou após elas receberem uma denúncia anônima. O padrasto também enfrenta várias acusações de agressão sexual. O casal pode ter prisão perpétua declarada, se for condenado pelas acusações mais graves.

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O caso ganhou grande repercussão ao chamar atenção para a falta de regulamentação mais rigorosa para o homeschooling, modalidade de ensino em que os pais ou responsáveis educam seus filhos em casa.

Especialistas em proteção à criança argumentaram que a ausência de fiscalizações faz com que situações como essa passem despercebidas por muito tempo. “O homeschooling não pode ser uma cobertura para abuso e negligência”, declarou uma porta-voz da organização de defesa dos direitos infantis de Nova Jersey.

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