O príncipe William e Kate Middleton estariam tomando providências para preparar a filha, a princesa Charlotte, para seu papel como “reserva do herdeiro”, em relação ao príncipe George, futuro sucessor do trono britânico. Segundo fontes da People, o casal estaria se esforçando para lidar com as complexidades dessa posição, além de buscar evitar a dor e os conflitos de identidade que o tio, o príncipe Harry, enfrentou como o “reserva” do irmão.
De acordo com o biógrafo real Robert Hardman, autor de “The Making of a King”, há questões delicadas a serem enfrentadas por Charlotte e seus pais, à medida que lidam com sua criação como a terceira na linha de sucessão ao trono (à frente dela, apenas o pai, William, e o irmão mais velho, George). Para o autor, essa é uma posição “vulnerável e cheia de armadilhas”.
“A falecida rainha Elizabeth sempre foi muito consciente do papel extraordinário e desafiador de ser o número 2”, explicou Hardman. “É por isso que ela tinha um carinho especial por [sua irmã] Margaret, por [seu filho] Andrew e por Harry. Ela entendia que estar em segundo plano em uma família e instituição estritamente hierárquica tem seus desafios. Todos estão cientes disso”, pontuou.
Ainda segundo o autor, William — sucessor do pai, o rei Charles III — enxerga como uma de suas maiores responsabilidades não apenas se preparar para ser rei, mas também criar um ambiente em que a experiência da realeza seja mais acessível e menos intimidadora para os filhos: o herdeiro George, de 11 anos, Charlotte, que completou 10 anos na última sexta-feira (2), e Louis, de 7.

O assunto ganhou destaque em meio ao conflito contínuo entre Harry e os demais membros da família real. No início da semana, o príncipe afirmou que o pai cortou completamente o contato com ele nos últimos meses, deixando de atender seus telefonemas ou responder suas cartas.
No passado, Harry já havia desabafado sobre os impactos emocionais de seu papel como o filho que “sobrou” da monarquia. “Eu era a sombra, o apoio, o Plano B. Fui colocado no mundo caso algo acontecesse com Willy”, escreveu em sua autobiografia “O Que Sobra”.
Harry também afirmou que ocupar essa posição causou tensões e rivalidades com o irmão William, além de momentos em que se sentiu ignorado e desvalorizado — tanto publicamente quanto dentro da família.
“Minha família havia me declarado uma nulidade. O Reserva. Eu não reclamava disso, mas também não precisava pensar demais no assunto. Muito melhor, na minha cabeça, era não pensar em certos fatos… Ninguém se importava com quem eu viajava; o Reserva sempre podia ser descartado”, escreveu.

Criada por William e Kate para equilibrar vida privada e dever real, Charlotte fez história desde o nascimento. A jovem princesa, nascida em maio de 2015, foi a primeira mulher da realeza a não perder sua posição na linha de sucessão para um irmão mais novo, graças ao Succession to the Crown Act de 2013 — lei do Parlamento britânico que modernizou as regras de sucessão ao trono.
Em vigor desde março de 2015, a mudança se destaca principalmente por abolir a primogenitura com preferência masculina. A nova legislação garante que o primogênito, independentemente do gênero, tenha precedência sobre os irmãos na linha de sucessão para todos os nascidos após 28 de outubro de 2011. Além disso, a lei revogou o Royal Marriages Act de 1772 e eliminou a desqualificação da sucessão por casamento com uma pessoa católica romana.

Enquanto William e Kate seguem conciliando os deveres reais com a vida em família, o futuro dos filhos — especialmente o de Charlotte — continua em aberto.
Segundo Hardman, a princesa pode receber uma série de títulos, entre eles o de “Princess Royal” (Princesa Real) — honraria tradicionalmente concedida pelos monarcas britânicos à sua filha mais velha. Essa é a mais alta distinção que uma mulher da família real pode receber, embora tenha caráter puramente honorário. O título é mantido por toda a vida, mesmo que a detentora sobreviva ao monarca que o concedeu. Caso aceite esse título, Charlotte seguiria os passos da tia-avó, a princesa Anne, atualmente com 74 anos e ainda atuante como membro da realeza.
Fontes garantem que William e Kate seguem firmes na prioridade de proteger o bem-estar dos filhos. “Cuidar da família é absolutamente fundamental, especialmente considerando o que o país espera deles”, afirmou um amigo próximo do casal à People.
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