George Costa, pai do produtor Henrique Bahia, que trabalhava com Marília Mendonça, se manifestou sobre a divisão do seguro após o trágico acidente aéreo que causou a morte da cantora e de outras quatro pessoas. Segundo ele, Dona Ruth, mãe da artista, teria exigido metade do valor total e ameaçado dificultar o pagamento às demais famílias.
Em áudios enviados ao Bahia Notícias, George relatou que as condições impostas pela mãe de Marília foram desproporcionais. “Foi exigido, realmente, através da dona Ruth, que ela só aceitava receber se fosse 50% do prêmio, porque a filha dela era a importante do voo”, afirmou. Ele também disse que aceitou o acordo por conta da pressão e para garantir o bem-estar imediato da família do filho.
“Eu aceitei na época porque não adianta você receber mais [dinheiro] daqui a 10 anos e você não dar um bom estudo, uma boa condição e uma base para as crianças. A seguradora em momento algum se negou a pagar. Houve um acordo, todos aceitaram, assinaram e tal”, explicou o pai de Henrique. Ainda segundo George, ele não pretende recorrer à Justiça para tentar rever os valores acordados. Ouça:
Pai de Henrique Bahia, produtor de Marília Mendonça, diz que aceitou acordo desigual sobre seguro com Dona Ruth por causa do neto pic.twitter.com/AwVD4MLW2X
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) July 8, 2025
Segundo o jornalista Ricardo Feltrin, o valor seria de um milhão de dólares (cerca de 5,4 milhões de reais), com uma apólice que previa 200 mil dólares (cerca de um milhão de reais) para cada passageiro. Ruth, então, teria solicitado que ficasse com metade do valor destinado às outras vítimas.
De acordo com o relato, dona Ruth teria recebido 100 mil dólares de cada uma das quatro famílias, somando 500 mil dólares. Ela teria reunido as famílias das vítimas para comunicar a decisão. “Quando dona Ruth descobriu que era um milhão de dólares, ela achou que era tudo dela”, explicou Feltrin. “O que ela fez, chamou todo mundo e falou: ‘É o seguinte, eu fico com 50% desse valor, porque a Marília era a mais importante de todos”, acrescentou.
Ainda segundo Ricardo, a mãe da cantora também teria ameaçado prolongar uma eventual disputa judicial por anos, caso as famílias das outras vítimas se recusassem a aceitar a divisão do seguro: “Todo mundo acabou aceitando, ela tirou 100 mil dólares de cada um dos outros quatro mortos porque ela quis, porque ela podia e porque ela desmereceu a vida de outras pessoas que também morreram”.
O jornalista ainda afirmou que a mãe da artista investiu parte do dinheiro em plásticas, além de permitir que familiares usassem bens que pertenciam a Marília.
O vídeo ganhou ainda mais repercussão com o compartilhamento de George. “A matéria que esperávamos há anos“, escreveu ele em seu perfil no Instagram. Além de Marília e Henrique Bahia, estavam a bordo o piloto Geraldo Martins de Medeiros, o co-piloto Tarciso Pessoa Viana e o tio e assessor da cantora Abicieli Silveira Dias Filho.
O que diz a defesa de dona Ruth
Ao hugogloss.com, o advogado de dona Ruth confirmou a existência de um acordo, mas negou que a mãe de Marília tenha ficado com qualquer valor. Segundo Robson Cunha, o dinheiro do seguro está na conta do pequeno Léo, filho de Marília Mendonça e Murilo Huff, desde o acidente.
Ainda de acordo com o advogado, o caso foi tratado diretamente com os herdeiros das vítimas. Leo teria recebido 993 mil dólares. Ele, porém, não informou se o valor depositado na conta corresponde a 50% do valor total do seguro. Robson também não deu detalhes sobre a divergência dos valores informados por Feltrin.
“Essa informação é totalmente inverídica! D. Ruth não ficou com nenhum centavo, todos os valores recebidos foram na conta do Léo e lá permanecem até hoje. O caso foi tratado em juízo. O acordo foi realizado por todos os herdeiros e todo o valor do seguro, conforme demonstrado, foi depositado na conta bancária do Léo, herdeiro da Marília, e lá permanece até hoje”, afirmou.
Ainda de acordo com Robson, existe uma “campanha para difamar sua cliente”. “O que ocorre é uma campanha para difamar a D. Ruth com mentiras, onde o único objetivo, já sabemos, é tentar criar uma opinião pública desfavorável a ela que a prejudique no processo de guarda. Isso, além de desprezível e desrespeitoso, diz muito sobre quem cria essas inverdades”, concluiu.
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