Lula muda decreto de 2017 sobre traslado de corpos do exterior após morte de Juliana Marins; veja como fica

A medida foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) e já entrou em vigor

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alterou o decreto 9.199, de novembro de 2017, que impedia o Ministério das Relações Exteriores de custear o translado de corpos de brasileiros mortos no exterior. A mudança foi feita nesta quinta-feira (26), após a morte de Juliana Marins, na Indonésia.

A medida foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) e já entrou em vigor. Com a decisão de Lula, o translado poderá ser realizado quando a família comprovar incapacidade financeira para o custeio das despesas, quando não estiverem cobertas por seguro contratado pelo de cujus ou em favor dele, ou não estiverem previstas em contrato de trabalho.

O transporte também será disponibilizado quando o falecimento ocorrer em circunstâncias que causem comoção pública. Além disso, é preciso haver disponibilidade orçamentária e financeira.

Segundo o governo, os critérios e procedimentos para a concessão e execução do translado serão regulamentados por meio de ato do Ministro de Estado das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

A alteração ocorreu após a morte de Juliana Marins na Indonésia. (Foto: Reprodução/Instagram)

No mesmo dia da mudança do decreto, Lula disse que determinou ao Itamaraty para realizar o translado do corpo de Juliana. Até então, o ministério informava que não poderia realizar a operação por conta da legislação anterior.

A notícia foi dada pelo próprio presidente ao pai da jovem. “Conversei por telefone com Manoel Marins para prestar a minha solidariedade neste momento de tanta dor“, publicou Lula, nas redes sociais.

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Segundo o presidente, o prefeito de Niterói (RJ), Rodrigo Neves (PDT), cidade da família de Juliana, também está ajudando no translado. “Informei a ele que já determinei ao Ministério das Relações Exteriores que preste todo o apoio à família, o que inclui o translado do corpo até o Brasil. É um decreto de 2017. Quando chegar a Brasília, agora, vou revogar esse decreto e vou fazer um outro decreto para que o governo brasileiro assuma a responsabilidade de custear as despesas“, declarou Lula.

Por causa da lei, o Itamaraty pontuou que não poderia realizar o trâmite, já que embaixadas e consulados só ajudavam na expedição de documentos. A legislação brasileira impedia o pagamento de despesas, com algumas exceções, e determinava o auxílio apenas em acompanhamento de acidentes, localização e repatriação de brasileiros em casos de conflitos e catástrofes naturais. O governo vinha sofrendo críticas sobre como lidou com a situação.

Juliana foi declarada morta na última terça-feira (24), depois de quatro dias de tentativas de resgate na Indonésia. A autópsia concluiu que a causa da morte foi um trauma torácico grave provocado por impacto de violência contundente. O traumatismo gerou uma extensa hemorragia interna e danos irreversíveis aos órgãos respiratórios. O documento foi divulgado pelos médicos forenses do Hospital Bali Mandara, nesta sexta-feira (27).

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