Um homem de 38 anos matou a esposa com golpes de facão na frente dos parentes durante uma confraternização familiar em uma pousada de Belo Horizonte. O crime aconteceu na noite de quinta-feira (1º), na orla da Lagoa da Pampulha. Arthur Henrique Franco Ribeiro de Paula fugiu do local, mas foi preso em flagrante horas depois na MGC-135, próximo à cidade de Curvelo. Segundo os parentes, o homem havia interrompido o tratamento para esquizofrenia há um ano e, na data do crime, ingeriu bebida alcoólica. A motivação do assassinato ainda é desconhecida.
De acordo com o boletim da Polícia Militar divulgado pelo g1, a família passava o feriado do Dia do Trabalhador na pousada, que pertence a parentes de Arthur. Segundo o relato de testemunhas, o homem estava deitado assistindo televisão no mesmo cômodo onde estavam a mãe e o irmão. Fernanda Dantas Garrido Ribeiro, sua esposa, conversava com a cunhada na área externa. Sem dizer nada, Arthur se levantou da cama, pegou um facão e desferiu vários golpes no pescoço e na nuca da companheira. Ela morreu no local.
Segundo a Polícia Civil, Arthur fugiu do local dirigindo um Opala bege. O carro foi identificado na rodovia e interceptado no município de Morro da Garça. Ele foi levado ao Hospital Municipal Imaculada Conceição e, depois, encaminhado à delegacia de Curvelo. No momento da prisão, permaneceu em silêncio. A polícia apreendeu o veículo, mas o facão utilizado no crime não foi localizado.

O relacionamento
Arthur e Fernanda estavam casados desde 2018. O casal havia se separado por causa de conflitos no relacionamento, mas reatou recentemente. Familiares relataram à polícia que eles planejavam uma viagem ao Chile nas próximas férias.
Amigos da vítima disseram ao g1 que o relacionamento era abusivo e que Fernanda havia perdido o brilho nos últimos tempos. “A Fernanda era uma pessoa muito querida por nós, era animada, gostava de estar com os amigos, e sempre vinha com um sorriso, mas, depois de um tempo, ela perdeu o sorriso e o brilho pelos abusos do marido”, disse uma amiga.
Outra completou: “Ela vivia um relacionamento totalmente abusivo, com um cara agressivo nas palavras e em atitudes terríveis. Não acreditamos na versão da família de que ele estava deitado e do nada foi lá atingir ela com um facão. Ele era totalmente manipulador, a tratava mal. Não aceitava tomar remédios”.
Fernanda nasceu no estado do Rio de Janeiro e trabalhava como gerente em uma loja de roupas femininas em Belo Horizonte. Nas redes sociais, costumava compartilhar momentos com amigos, participações em eventos profissionais e fotos ao lado do marido. Em junho de 2021, publicou uma declaração a Arthur: “Você sabe como eu amo você, e em nenhum momento o vejo fora da minha vida. Eu me orgulho cada dia mais por nós dois, por nos darmos bem, por nosso casamento ter dado certo”.
Defesa do suspeito
Após o crime, a perícia foi acionada e o corpo da vítima foi levado ao Instituto Médico Legal da capital mineira. Na audiência de custódia, a prisão em flagrante de Arthur foi convertida em prisão preventiva. A Justiça entendeu que ele agiu “em completo discernimento” e destacou que a fuga do local reforça sua periculosidade.

A Defensoria Pública de Minas Gerais, que atuou na audiência, pediu que o acusado respondesse em liberdade por causa do diagnóstico de esquizofrenia, mas o pedido foi negado. Segundo a instituição, um defensor plantonista representou Arthur, e o caso será repassado à 1ª Defensoria do Tribunal do Júri de Belo Horizonte, caso a defesa não seja constituída. A investigação continua sob responsabilidade da Delegacia de Homicídios.
Como denunciar um caso de abuso sexual, estupro e/ou agressão?
No Brasil, o serviço Disque 100 é um número do Governo Federal que dá orientações e registra casos de violação de Direitos Humanos. Funciona diariamente, das 8h às 22h. As mulheres que estejam passando por situação de violência física, psicológica ou sexual, também podem procurar a Central de Atendimento à Mulher, no Disque 180. O telefone funciona em todo o país e no exterior, 24 horas por dia. A denúncia ainda pode ser feita através do formulário disponível em https://ouvidoria.mdh.gov.br.
Vítimas de estupro também podem procurar hospitais para prevenção de ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Caso o intuito seja denunciar, é importante buscar uma delegacia especializada em atendimento a mulheres ou a mais próxima do local.
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