O desaparecimento de Gisele Heloísa Alves Silva, de 29 anos, mobilizou a polícia e gerou comoção em Goiás na última semana. A empregada doméstica foi vista pela última vez na manhã do dia 6 de maio, após sair de casa em Goianira, na Região Metropolitana de Goiânia, supostamente a caminho do trabalho.
Ela deixou a filha com o marido e enviou um vídeo relatando que o carro em que estava havia parado por falta de combustível. Depois disso, sumiu. Quatro dias depois, Gisele foi encontrada em um caminhão na cidade de Itumbiara, no sul do estado, e revelou à polícia que havia fugido por conta do desespero causado por dívidas acumuladas.
Segundo a Polícia Civil à TV Anhanguera, Gisele saiu de casa com dinheiro em espécie, trocou o número de telefone e embarcou em um ônibus até São Paulo. Ela desceu em Guarulhos e pretendia seguir até Santos. Durante o trajeto, decidiu seguir de carona com um caminhoneiro até Palmas, no Tocantins, onde planejava recomeçar a vida sem avisar ninguém. A delegada Carla de Bem, responsável pelo caso, informou que a mulher não foi vítima de nenhum crime. “Ela não foi obrigada a nada. Ninguém fez ela de vítima. Ninguém sequestrou. Ninguém extorquiu”, afirmou.
No depoimento, Gisele contou que estava enfrentando uma crise financeira grave e que chegou a contrair dívidas com o próprio marido. “Ficou desesperada e decidiu sumir, fugir de casa e sair de Goiás”, explicou a delegada. Ainda segundo ela, Gisele estava envergonhada e não pretendia fazer contato com a família: “Ela não queria nem que nós avisássemos a família. Diz ela que estava envergonhada e sem saber que atitude tomar. Aceitou, no fim, que nós chamássemos os pais dela e o pai foi buscar ela na delegacia. Durante as oitivas, ela disse que gostaria de não ficar em Goiás”.

A delegada também esclareceu que não há elementos para configurar crime no caso. Como a filha de Gisele ficou com o pai, que é também responsável legal, não houve abandono de incapaz e o inquérito será arquivado.
Durante os dias em que ficou desaparecida, Gisele usou o dinheiro que levava para pagar corridas por aplicativo e diárias de hotel. Seu paradeiro foi descoberto no sábado (10), após a polícia realizar um bloqueio na rodovia e revistar caminhões. “Solicitamos um bloqueio na rodovia e foi verificado caminhão por caminhão, até conseguir localizar a Gisele em um deles. Ela como passageira normal com esse caminhoneiro e, no momento da abordagem, foi solicitado que descesse do veículo e foi constatado que se tratava da desaparecida”, contou o major da Polícia Militar Eduardo Abílio Borges Alves. Ela estava em boas condições de saúde.
O desaparecimento
No dia do desaparecimento, Gisele deixou a filha do casal em casa e saiu com o carro para trabalhar. De manhã, ela enviou uma mensagem ao marido, Luan Lucas, dizendo que o carro havia parado por falta de combustível. Junto com o recado, mandou um vídeo mostrando onde o veículo estava e orientou: “Amor, vou deixar o carro aqui, vou deixar a chave debaixo do para-choque”.

Depois disso, não respondeu mais às mensagens. “Quando fui buscar o carro, mandei mensagem e ela não me respondeu. Liguei e deu caixa postal, pensei que podia ter alguma coisa errada”, contou Luan.
A preocupação aumentou ao descobrir, horas depois, que Gisele não havia chegado ao trabalho: “Fui tentar falar com os patrões dela, não tinha um número, e só consegui pelo Instagram, depois das 15h. Aí a patroa me disse que a Gisele não foi trabalhar. Ela tinha falado que ia arrancar o siso, mas depois disso aí começou a me preocupar”. A partir desse momento, a polícia começou a investigação e passou a monitorar estradas e hospedagens.
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